domingo, 15 de fevereiro de 2009

Um toque feminino na realeza




Por:
Tárcio A. Leotério


O cenário não poderia ser mais clichê, um país árabe, no meio do deserto, que já havia entrado em guerra com a maior potência na região (no caso Israel), abriga um número estratosférico de refugiados palestinos e para concluir, uma nação forjada nas antigas tradições dos beduínos, então vem a famosa questão: Poderia uma nação como esta abrigar uma mulher com um nível intelectual altíssimo e com um carisma jamais visto desde a Princesa Diana ? A resposta é sim! Eu seu nome é Rania Al-Abdullah, e ela é Rainha do Reino Hashemita da Jordânia.

A Rainha Rania é o que podemos chamar de um grande exemplo e também de uma grande exceção, primeiro, um grande exemplo por sua verdadeira luta em prol dos direitos das mulheres em todo mundo, a rainha Rania é uma verdadeira amazona quando se trata de questões ligadas a causas humanitárias, sejam elas causas ligadas as crianças vitimas de minas terrestres no Sudão ou então quando se trata de violência contra a mulher seja no oriente médio ou em nações do ocidente.

A rainha sempre surpreende, se já não bastasse suas façanhas num mundo dominado pelo machismo antiquado e patriarcal em pleno século XXI, ela sempre conseguia romper barreiras, tanto é que o rei Abdullah, seu marido, a condecorou com a patente de coronel das forças reais jordanianas.

Apesar de todas as causas pelas quais lutava, isso parecia não ser era suficiente para essa brava mulher, mãe de três filhos, ela queria mais, e conseguiu.

Há alguns anos Rania criou uma verdadeira campanha para acabar com o islamofobismo no mundo, após os ataques de 11 de setembro a imagem do islamismo se tornava cada vez mais turva, as pessoas criaram uma imagem errônea do islamismo, tudo isso graças aos terroristas e com a ajuda dos meios mediáticos, e cabia mais uma vez a Rania lutar por justiça, e a arma que ela utilizaria seria a mais eficaz do mundo moderno, a Internet.

Graças a Internet, essa mulher que é rainha, coronel e ativista dos direitos humanos, lutava por mais uma causa, sempre que podia ela incluía vídeos no site Youtube, explicando o que era o islamismo e seus pilares, desde pequena Rania estudava o Alcorão com assiduidade ou seja, ela conhecia a religião, assim, pessoas do mundo todo enviavam perguntas relacionadas ao islamismo e ela respondia de forma segura e clara.




Líderes religiosos conservadores achavam um absurdo uma mulher dar explicações sobre o Alcorão e a fé muçulmana da forma que ela fazia ainda mais sem estar utilizando o hijab, o véu islâmico, mas isso não foi o suficiente para calar nossa nobre ativista.



O dia internacional da mulher está chegando, e junto com este dia chega a esperança de que surjam mais Ranias pelo mundo a fora, lutando por melhorias para todas as mulheres e crianças, quebrando paradigmas e preconceitos, fazendo deste um mundo, um mundo melhor para todos.

Um comentário:

  1. Olá Tárcio!
    Adorei seu blog, ainda mais essa postagem sobre a Rania Al-Abdullah. Conheci muitas mulheres jovens que estudam o Alcorão e dialogam com as mulheres feministas. Ando estudando fundamentalismos e tenho muito interesse em conhecer a cultura islâmica e a história dessas mulheres.
    Vou acompanhar o seu blog!
    beijão!
    Aninha Adeve

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